Gestão do Conhecimento na Embraer

A Embraer possui mais de 19 mil funcionários, dos quais 89% ficam no Brasil, e atua em três segmentos: aviação comercial, executiva e defesa e segurança.
“Acreditamos que o conhecimento é um ativo intangível, que deve ser trabalhado nas organizações”, disse José Eduardo Carara Júnior, engenheiro de desenvolvimento do produto. “Não adianta ter o conhecimento se esse não for disseminado. É necessário algum foco ou objetivo para se trabalhar. E trabalhar com pessoas e processos é o que gera o diferencial da empresa”, conta. Para isso, a organização elaborou quatro etapas:
• Identificar;
• Desenvolver;
• Reter/proteger;
• Disseminar e utilizar.
Foco na gestão do conhecimento
A Embraer possui processos em duas linhas de atuação: práticas estimuladas e práticas gerenciadas. “Se trabalharmos somente os processos, não conseguimos evoluir com a questão do conhecimento. É preciso trabalhar as pessoas junto com os processos”, disse José Eduardo.
Nas práticas estimuladas, não há a obrigatoriedade, ou seja, a pessoa participa porque vê utilidade. “Começamos a trabalhar nessa vertente - práticas estimuladas - com áreas temáticas de conhecimento, como foco na geração e disseminação do conhecimento e no aprendizado”, conta José Eduardo.
Já as práticas gerenciadas possuem atividades com início e fim definidos, além de terem foco na aplicação e no registro do conhecimento, ou seja, na incorporação do conhecimento. “As práticas gerenciadas são metas que possuem começo, meio e fim e definem aonde queremos chegar”, explica José Eduardo.
Além disso, há também a mentoria, que é a transferência de conhecimento de pessoa para pessoa; o storytelling, do qual se captura o conhecimento por meio de vídeos com grande know-how para que fique registrado na organização; e a gestão documental, que é a disseminação da informação certa com a qualidade certa.
Reúso de conhecimento
A Embraer se preocupa com a segurança da informação e propriedade intelectual. Para isso criou as comunidades, que são grupos que compartilham conhecimento. “As comunidades de práticas, por exemplo, têm de ter o objetivo de melhorar determinado assunto. Elas integram as pessoas pelos assuntos, para terem diferentes pontos de vista, para trazerem uma riqueza e diversidade de informações”, explica José Eduardo.
Além disso, o gerente de Sistemas de Gestão da Embraer conta que a comunidade não é uma prática gerencial, que anda sozinha. É necessário ter outras ações em torno dela. “Na Embraer, existe a parte de Lições Aprendidas, de forma que o conhecimento é reutilizado e difundido para a organização”, explica. Em todas as comunidades há um ambiente aberto para as outras comunidades. Para gerar confiança, as reuniões são presenciais e acontecem pelo menos uma vez ao mês.
As premissas das comunidades são:
-       Voluntárias;
-       criadas por assunto;
-       número ideal de membros entre 20 a 40, para facilitar o conhecimento e integração de pessoas;
-       o coodenador deve ser a referência técnica;
-       devem ser integrada aos processos do dia a dia.
Conhecimento na prática
Um exemplo do conhecimento que foi colocado em prática é o manual de práticas aeronáuticas, do qual tudo o que foi aprendido até agora está registrado nesse material, que é um know-how de aprendizagem. “Realizamos também o SETI (Seminário Embraer de Tecnologia e Inovação), que reconhece e prestigia trabalhos inovadores e de tecnologia. O SETI serve para fomentar, mobilizar e compartilhar trabalhos inovadores”, conta José Eduardo.